Autobiografia
Com um forte odor a comida, comida italiana,
feita, na sua grande maioria por sobras e por aquilo que conseguiam
muitas vezes comprar no mercado negro, Sveva vai desenrolando a história
da sua infância, até aos 10 anos, dando-nos a conhecer os momentos de
privação durante os tempos de guerra, mas também a sua vida enquanto
criança numa quinta na Lombardia.
Resultado: um livro forte em tradições, pleno de boas receitas, que
constituem boa parte do livro, e algumas privações no seio de uma
família que desejava, acima de tudo, dar o ar de abastada. Com uma
educação bastante severa (não se livrava de receber umas valentes
palmadas), Sveva guarda melhores recordações da avó, com quem viveu
grande parte da sua infância, do que da sua mãe que nunca demonstrou o
interesse de ter filhos.
No entanto, não era isso que a impedia de fazer tropelias, próprias de
infância, que levavam a avó a dizer que tinha o diabo no corpo. Oriunda
de uma família profundamente religiosa, não admira que a avó trouxesse
muitas vezes padres para examinarem a neta.
Um livro de memórias, mas também com episódios caricatos que me fizeram
soltar o riso em algumas partes.
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