sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Histórias de um Portugal Assombrado" de Vanessa Fidalgo






Hoje o Palácio Beau Séjour é ocupado pelo Gabinete de Estudos Olisiponenses, da Câmara Municipal, de Lisboa, mas noutros tempos foi a residência do Barão da Glória, que ainda hoje por lá anda a arrastar grossos volumes de livros e caixotes de documentos, para desespero dos funcionários, que, dias depois, voltam a encontrá-los no exacto local onde haviam procurado. O Barão também é culpado, acusam, pelo tilintar da chávenas em cima das mesas e pelo soar das campainhas da Quinta de São Domingos de Benfica.

No Castelo de Almourol ou no de Bragança, amores incompreendidos deixaram espectros a pairar nas suas torres e ameias. Na Serra de Sintra sobram razões para ter medo, entre casas assombradas e almas que deambulam pelas estradas. No Porto, há espectros a discutir a herança pela calada da noite e apartamentos que, afinal, contra todas as razões lógicas, não estão vazios como aparentam. Em Castro Marim, as mouras ainda andam à solta, e, em Penafiel, os sustos marcam o ritmo dos dias na Quinta da Juncosa, que há séculos foi palco de um crime hediondo. Em Langarinhos, Gouveia, há uma casa inacabada, obra que, por mais que tente, nenhum proprietário consegue finalizar.

Falar de fantasmas, casas assombradas e mistérios difíceis de explicar não é tarefa fácil. Há quem fique com pele de galinha, outros não deixam de esboçar um sorriso trocista.

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AVISO: A presente obra NÃO respeita a única ortografia legalmente em vigor em Portugal (Decreto 35228 de 8 de Dezembro de 1945 com as alterações do Decreto-Lei 32/73 de 6 de Fevereiro). A presente obra vem grafada em "Acordês".

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