quinta-feira, 20 de junho de 2013

"O Silêncio das Carpideiras" de Miguel Miranda


Prostrada numa cama de hospício, Susana parece ter desistido de viver. Fechou-se num estado vegetativo, encarcerada dentro do silêncio. Quer regressar ao passado impossível de reviver, onde terá cristalizado em estado de paixão, embora fosse apenas criança.

No lugar onde nasceu e brincou, há hoje um lago, a aldeia foi submersa pela albufeira de uma barragem construída em nome do progresso. Amputada dos afectos, dos lugares de infância, do solar dos mortos, ela recria o insustentável silêncio das carpideiras como último grito de aviso na passagem de nível sem guarda.

Um romance misterioso e perturbador, reflexivo, uma espécie de literatura de viagens interiores, onde as memórias se evadem, cúmplices, fornecendo profundidade e espessura aos diversos amores que se cruzam, questionando os seus arquétipos.


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